ANDAR PELAS RUAS DA MINHA CIDADE...

PRAÇA PEREIRA OLIVEIRA
O nome da praça é uma homenagem a Antônio Pereira da Silva Oliveira, que foi várias vezes prefeito de Florianópolis, vice e governador do Estado, deputado estadual por dez mandatos, deputado federal e senador. Foi ele quem, sendo vice de Hercílio Luz, assumiu o poder após a morte do governador titular, responsabilizando-se pela conclusão das obras da primeira ligação rodoviária entre Ilha e Continente.
Nas imagens abaixo, dois lados da mesma moeda, ou melhor, da mesma praça. De um lado, a arquitetura neoclássica e eclética do início do século XX, e do outro, o modernismo dos edifícios do IPASE e do IAPC , construídos por volta de 1950.
A RUA DA PRAIA DE FORA
O eixo compreendido pelas ruas Bocaiúva e Almirante Lamego é hoje um dos endereços residenciais mais nobres de Florianópolis. Até 1848, quando teve seu arruamento e cercas deferidas pela Assembléia Legislativa Provincial, o local era apenas um primitivo caminho ao longo da praia, paralela à Baía Norte. O primeiro nome oficial foi “Rua da Praia de Fora”. Posteriormente, a Bocaiúva se tornou “Rua São Sebastião”, e a Almirante Lamego “Rua Sant’Ana”. Os nomes atuais são homenagens a Quintino Bocaiúva, jornalista e político, e Jesuíno Lamego da Costa, militar e político, o Barão de Laguna.
RUA FELIPE SCHMIDT
À oeste da praça, beirando a praia, há um alinhamento de pequenos ranchos e casinhas. Acima desse, um outro alinhamento margeia um caminho que vai até uma fonte próxima e termina em um barranco de barro vermelho, local que será mais tarde conhecido por Largo de Bragança, Largo da Carioca ou Largo Fagundes. São os primórdios da Rua Felipe Schmidt, no final do século XVIII.
na imagem abaixo, o século é o XX.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO BENEDITO
Afirma-se que este templo compõe com a catedral a dupla de igrejas mais antigas da ilha. Mesclando os estilos barroco e neoclássico, está situada numa das elevações do centro histórico de Florianópolis, na Rua Marechal Guilherme, destacando-se como eixo central na perspectiva tomada da rua Trajano. No local onde está, foi erguida em meados do século XVIII uma pequena e rústica capela. Em 1787, foi concedida a licença régia para a construção da nova igreja. Foi concluída em 1830, ostentando ainda hoje os traços originais do belo edifício que os negros da antiga Desterro conseguiram erguer com tanto sacrifício quanto devoção.
IGREJA DE SÃO FRANCISCO
Embora a Ordem Terceira de São Francisco da Penitência tenha se instalado na capital catarinense no ano de 1745 e também tivesse grande influencia, não possuía uma igreja nos seus primórdios. Durante 70 anos a ordem utilizou-se de uma capela anexa à matriz para os cultos. O terreno para a construção da igreja própria da ordem foi doado em 1754 por Domingos Francisco de Araújo, um português morador de Desterro. Posteriormente em 1802 a licença para a construção da mesma foi solicitada ao príncipe Regente D. José e no mesmo ano foi lançada sua pedra fundamental. Em 1804 foram comprados os portais, mas somente em 1815 a igreja foi considerada terminada. Recebeu em 1819 os seus sinos e em 1851 rumores diziam que as torres da igreja poderiam vir a desmoronar. Para contornar a situação fez-se o fechamento das portas laterais do templo. O pátio que existia nos fundos da igreja, onde onde se encontra o Centro Comercial ARS, servia como cemitério da Irmandade, até sua transferência para o cemitério municipal do Estreito, após 1843.
RUA ARCIPRESTE PAIVA
A rua é uma das mais antigas e centrais de Florianópolis. Seu nome é uma homenagem ao padre Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva. Nascido em Desterro em 1821 e falecido em 1869, tinha o título eclesiástico de arcipreste de Santa Catarina (chefe dos vigários da Vara da Proví­ncia).
O ilustre padre escreveu, em 1868, o ‘Dicionário Topográfico, Histórico e Estatístico da Província de Santa Catarina‘. Paiva foi o introdutor do ensino de segundo grau na então província de Santa Catarina e exerceu o cargo de deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina por onze legislaturas, entre 1844 e 1869.
CINE RITZ
Nasceu como Cine Rex, em 18 de agosto de 1935. Mas em 1943, o dono do prédio, Jorge Daux, não renovou o contrato com o Cine Rex, e criou em seu lugar aquele que viria a ser o maior e mais conhecido dos cinemas de rua da cidade: o Ritz, com 840 lugares. Ali passaram os grandes sucessos de bilheteria do cinema nacional e mundial, até o fechamento de suas portas na década de 1990.
ASILO IRMÃO JOAQUIM
No final do século 19 e início do século 20, parte da população de Florianópolis era composta por mendigos, ex-escravos e pobres que formavam um contingente de indigentes.
Por isso, a elite local decidiu promover a construção do “Asilo de Mendicidade Irmão Joaquim”. A iniciativa fez parte de um processo de modernização e higienização que a cidade viveu nas duas primeiras décadas do século XX, época em que a água potável foi encanada e foram construídas as redes de esgoto e de energia elétrica.
ESCOLA TÉCNICA
Foi fundada como Escola de Aprendizes Artífices em Florianópolis, em 1909, com o objetivo de proporcionar formação profissional e técnica nas mais diversas áreas. Teve vários nomes durante a sua longa história: Liceu Industrial de Florianópolis, Escola Industrial de Florianópolis, Escola Técnica Federal de Santa Catarina (ETF-SC) e Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET-SC).
Na década de 20, a Fazenda Estadual adquiriu um terreno localizado entre as atuais ruas Dom Joaquim e Almirante Alvim para a construção de sua sede própria. Com as ampliações do eclético edifício, que perduraram até a década de 30, abrigou diversas oficinas de aprendizagem de ferraria, serralheria, serralheria mecânica, carpintaria de ribeira, encadernação, tipografia e alfaiataria.
No ano de 1962 tem a sua sede transferida para a grandiosa e modernista edificação da Avenida Mauro Ramos, onde permanece até os dias atuais.
Textos: 1-ndmais.com.br e Ricardo Borges, 2-floripamanha.org, 3/4/5-Livro Florianópolis Memória Urbana de autoria de Eliane Veras da Veiga, adaptado por Ricardo Borges, 6-floripacentro.com.br, 7-floripendio.blogspot.com, adaptado por Ricardo Borges, 8-floripacentro.com.br, 9-ndmais.com.br e Wikipédia, adaptado por Ricardo Borges

Fotos: Acervo Velho Bruxo, Acervo UFSC, Acervo Família Elpo, Acervo Bruxo-els

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