MÚSICOS DA ILHA

NELSON WAGNER
Nascido em Florianópolis a 25 de setembro de 1942, o compositor Nelson Wagner nos lega uma vasta criação musical composta por chorinhos, valsas, tangos, sambas, sambas-enredo, samba-canções, marcha-rancho, cantigas, bossa-nova e até mesmo rock. Obras primas nas quais grande parte permanecem inéditas.
O talento de Nelson Wagner, como compositor, surgiu no tempo dos "Cantores da Ilha". Participou dos primeiros festivais de música que se tem notícia, tendo sido premiado em vários deles, com destaque para o II FISC em 1972, onde foi campeão com a música"Rosa Helena".
Foi coralista da Associação Coral de Florianópolis, por mais de 15 anos, onde "formou-se" musicalmente. Durante esse tempo também fez parte da ala dos compositores da Escola de Samba Copa Lord, sendo campeão em 1976 com o samba "Os Pastores da Noite", que está em nossas memórias até os dias de hoje.
A partir de 1985, quando formou o Grupo Couro e Corda, formado por amigos e familiares, suas participações em projetos musicais de Santa Catarina só obtiveram sucessos.
Em 1987 participou da etapa estadual do Festival da Nova Música Popular da Canção, pelo qual foi classificado em 2º lugar com a música "Chama".
Em 1989 classificou-se em 2º lugar no Festival de Músicas Carnavalescas com a música "Rancho das Cores".
Em 1990 classificou em 2º e 3º lugares as músicas "Porto do Adeus" e "Meu Poema" no festival Prêmio Zininho.
Em 1991 foi premiado em 1º lugar no festival Prêmio Zininho com a música "Terra das Aroeiras".
Em 2000 obteve 2º lugar com a música "Miramar" no Festival de Músicas Carnavalescas (marcha-rancho) e em 1º lugar no mesmo festival com a música "Rancho das Cores".
Em 1994 teve parte de sua obra gravada em um CD pelo Grupo Couro e Corda - "Couro e Corda Canta Nelson Wagner"- nas vozes de Leleco Lemos e Soninha.
O Grupo Couro e Corda só viu concretizar sua veia poética como o próprio Nelson Wagner definiu:
"Nascemos de um sentimento simples chamado amizade. Saimos de um bar, de uma rua, de um incentivo, e tornamo-nos adultos esperaçosos.
Esperança esta que até hoje, desde os meados de fevereiro de 1985, permanece nos corações dos músicos e de todos que nos acompanham. Ali na boca do samba, na viela dos boêmios inesquecíveis e inspirados por eles, nos criamos. Ali no Bar do Tazo, no começo de uma certeza efervecemos".
Nelson Wagner, um autêntico Manézinho da Ilha, era antes de tudo, um poeta e um compositor que reunia em suas canções, a alegria de viver, a esperança de um dia melhor e a necessidade da vida traduzida no amor.
Curta agora, a belíssima "Samba sem Tereza"...
e o antológico samba enredo "Pastores da noite".

LUIZ HENRIQUE ROSA
Aos 11 anos mudou-se com a família para a cidade de Florianópolis, lugar que homenageou até as últimas canções. Aos vinte e poucos anos teve um programa na Rádio Diário da Manhã, onde tocava suas próprias composições e os sucessos da época. Antes de compor as estimadas 200 canções, Luiz Henrique também tocou em festas, bares e bailes.
Em 1960 excursionou por todo o sul brasileiro a convite do pianista gaúcho Norberto Baldauf, acompanhando seu conjunto melódico.
Em 1961 mudou-se para o Rio de Janeiro (cidade), onde se apresentou em diversos night-clubs e onde também gravou seu primeiro disco. Um compacto com duas músicas, Garota da Rua da Praia e Se o Amor É Isso, composições em parceria com Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho. No Beco das Garrafas teve a oportunidade única de tocar ao lado de Elis Regina. Surgindo no templo da bossa nova, despontou com um balanço diferente, ao lado de nada menos que Jorge Ben, alem da cantora iniciante Flora Purim, em 1963. Ao lado de feras como Os Cariocas, Tamba Trio de Luiz Eça, Bossa Rio, Copa Trio e as iniciantes Quarteto em Cy que se apresentavam nas Boates Bottles Bar, Little Club e Bacharat, disputava as canjas das tardes domingueiras ao lado de músicos como Sérgio Mendes. Em 1964, quando gravou seu primeiro LP, A Bossa Moderna de Luiz Henrique, conquistou as paradas de sucesso em todo o país, tendo arranjadores J.T.Meirelles e Dom Salvador Filho.
Em 1965, no auge da bossa nova no Brasil, Luiz Henrique partiu para os Estados Unidos. Em Nova York, conviveu com grandes músicos norte-americanos, como Stan Getz, Oscar Brown Jr., Billy Butterfield, Bobby Hacket e Liza Minnelli, entre outros. E com muitos brasileiros, como Sivuca, Hermeto Pascoal, Walter Wanderley, João Gilberto]] e Airto Moreira. [1] O músico permaneceu nos Estados Unidos até 1971, quando então voltou à sua amada ilha. Neste ano compôs a melodia do Hino do Avaí, em parceria com Fernando Bastos, autor da letra. Em 1976 lançou seu último LP, Mestiço.
Morreu aos 46 anos, quando completaria 25 anos de carreira, vítima de um acidente automobilístico.
No ano de 2003 foi organizado, em sua homenagem, o CD A Bossa Sempre Nova de Luiz Henrique, para o qual os músicos Martinho da Vila, Elza Soares, Ivan Lins, Luiz Melodia, Sandra de Sá, Biá Krieger e Toni Garrido foram convidados a interpretar e gravar suas composições. A produção ficou a cargo de Luiz Meira. No vídeo abaixo, o show completo.
Em 2009, Liza Minnelli lançou a coletânea Liza A&M the complete A&M Recordings, com grandes sucessos de sua carreira, e incluiu três canções de Luiz Henrique Rosa, gravadas originalmente pelos dois na década de 1960. No vídeo abaixo, Luiz Henrique e Liza cantam juntos, quando a cantora americana passava uma temporada na ilha.

Texto: 1-Facebook/Yze Wagner, 2-Wikipédia

Fotos: Acervo Ricardo Borges

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