O campo de jogo pelado, esburacado, com a pouca grama mais próxima do capim de mato, vestiários acanhados, arquibancadas pequenas, alambrados cheios de furos e as velhas cabines de imprensa com portas penduradas e cheias de goteiras.
Era neste Adolfo Konder decadente que o Avaí jogava, sempre à tarde. No meio de semana eram disputados os famosos "jogos do paletó", disfarce deixado nas cadeiras da repartição, no conhecido "fui ali e já volto". A iluminação precária não permitia partidas noturnas.
Era improvável, no comecinho da década de 70, ver sua majestade, o Rei Pelé, inserido nesse cenário bem mais parecido com um campo de várzea, apelidado até de "Pasto do Bode".
Mas o improvável aconteceu, na tarde do dia 15 de agosto de 1972, em um jogo inesquecível. Placar final: Avaí 1X2 Santos.
A pacata e provinciana Florianópolis, de meio século atrás, não cabia em si de tanta emoção e orgulho em receber o rei, principalmente a sua metade azul, já que tão nobre iniciativa de trazer Pelé e o Santos coube ao Avaí.
A própria torcida avaiana se encarregou da divulgação do grande jogo, com diversas carreatas pela ilha e pelo continente.
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