NA PONTE OU EM SUAS CERCANIAS

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

Na antiga Desterro, os esgotos corriam a céu aberto pelas sargetas. Não havia coleta de lixo nem água encanada. A noite os despejos eram realizados por escravos nas praias e córregos mais próximos. As poucas fontes de água ficavam poluídas e as doenças proliferavam.
Em 1910 é dada a concessão para implantação de uma rede de esgotos na capital. As obras são iniciadas em 1913 e inauguradas no dia 7 de setembro de 1916. Para a demanda de energia foi construída a Usina de Maruim, com a força elétrica chegando por cabos submarinos. Basicamente constava de um sistema composto por três bacias: do Centro, da Praia de Fora e do Estreito, esta última localizada ao lado do Forte Santana. É a edificação que aparece na foto abaixo, acima do caminhão.
O FORNO INCINERADOR DE LIXO

Foi construído entre 1910 e 1914 pela firma Brando e Cia, dos irmãos Miguel e Batista Brando. Na obra de construção, trabalharam Reinaldo Bicoke e o servente carroceiro João de Souza, que transportava o material. Era composto por um galpão em dois pavimentos e uma longa chaminé de tijolos aparentes, mais afastada do prédio. No interior do galpão foi construído um forno de tijolos refratários com duas câmaras de combustão. Depois de iniciada está obra, construiu-se o galpão em alvenaria. O pavimento térreo era vazado, com largas aberturas e o superior fechado, tendo algumas janelas simples. Aproximadamente em 1920 o incinerador foi reformado e sua abóbada restaurada. Naquela época, na vizinhança do forno de lixo havia somente algumas casas, próximas da praia, e o estaleiro Arataca. Foi desativado em 1958.
VIAGEM AO FUNDO DO MAR
Em março de 2010, uma inspeção sob o eixo da ponte detalhou como é o fundo do mar logo abaixo da Hercílio Luz. Um canal torna a parte central mais funda, 30 metros.
O mais surpreendente da análise foi ter encontrado o casco de um navio afundado. Ele está localizado no lado continental, tem 29 metros de comprimento e sete metros de largura.
A suspeita é de que seja um navio paraguaio que afundou na década de 1950. O engenheiro civil Hubert Beck viu o naufrágio. Ele lembra que o navio havia sido carregado com madeira e farinha, num antigo porto que funcionava na baía Sul.
A PRAIA DO ARATACA
Entre a ponta da Rita Maria e do Estreito, onde de acha o Forte Sant'Anna, existia a "praiazinha do Arataca", de aproximadamente 200 metros de extensão, pautando, com a sua barra de areias claras, a verde colina tapizada de grama até o morro do cemitério.
O FORMATO DA PONTE
Tomada a decisão pela construção de uma ponte, faltava agora o projeto. Se a proposta inicial tivesse dado certo, a Ponte Hercílio Luz não seria da forma como a conhecemos. A ideia era ser uma estrutura com viga treliçada, mas as dificuldades de financiamento fizeram com que o desenho fosse deixado de lado. No lugar, entrou a concepção de uma ponte pênsil com olhal, assinada pelo americano David Barnard Steinman. A estrutura seria instalada no Canal do Estreito, trecho que tem a menor distância entre a ilha e o continente.
O PISO ORIGINAL
A pavimentação de madeira acompanhou a ponte durante muitos anos. No entanto, ela acabou sendo substituída pelo asfalto por apresentar alguns problemas: o piso vibrava excessivamente, causando ruído quando os veículos passavam e também por ser muito escorregadia nos dias de chuva.
Textos: 1-casan.com.br, 2/4-Livro Florianópolis Memória Urbana de autoria de Eliane Veras da Veiga, 3-deolhonailha.com.br, 5-g1.com.br, 6-sc.gov.br

Fotos: Acervo Velho Bruxo, Acervo Bruxo-els, Coleção ELS

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