Os turistas a consideram a mais bonita da Ilha. Os moradores do Sul da Ilha garantem que ela é a mais misteriosa de Florianópolis. Os ecologistas a defendem como se fosse a última praia do mundo. Seja qual for a opinião sobre a Lagoinha do Leste, ela é única. A praia ainda preserva as características de quando os primeiros imigrantes aportaram nestas terras. A Lagoinha, como é carinhosamente chamada pelos ilhéus, impressiona seus visitantes com sua beleza, seu ar selvagem e seus mistérios.
Praia de mar aberto e águas cristalinas localizada no Sul da Ilha, a Lagoinha fica espremida entre dois costões que entram no oceano, formando quase uma pequena enseada de pouco mais que um quilômetro. Atrás, uma vasta Mata Atlântica garante a sensação de se estar voltando no tempo. A praia tem a companhia de uma lagoa, que dá nome ao lugar, próxima ao costão esquerdo. De águas quentes e escuras, a lagoa se esconde atrás da restinga, tendo origem num rio que nasce no morro.
Mesmo isolada – só se chega a pé ou de barco -, a Lagoinha recebe muitos visitantes no verão. Eles percorrem a trilha secular e usam a praia para nadar, mergulhar e surfar. Como os grandes balneários da Ilha, a Lagoinha do Leste já sente os primeiros efeitos da exploração.
A praia é perfeita para acampar, já que, além da beleza, ainda conta com uma boa infraestrutura. Ou seja, tem bastante sombra e água potável, junto ao costão direito. O único problema, diz a lenda, são as bruxas que volta e meia a utilizam para seus rituais.
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A melhor maneira de se chegar à Lagoinha do Leste é pela Praia do Matadeiro, voltando pelo Pântano do Sul. Assim, enfrenta-se o trecho mais pesado primeiro, deixando para a volta, quando se está inevitavelmente mais cansado, o Morro do Pântano do Sul. Como em toda trilha extensa, é bom começar a caminhada na parte da manhã, pois sobra mais tempo para aproveitar a paisagem e a praia.
A partir do costão direito da Praia do Matadeiro acaba a areia e surge a trilha. Os primeiros 30 minutos de caminhada são os mais difíceis e cansativos. É preciso fazer subidas íngremes e, em alguns pontos, o mato é um pouco fechado. No meio do caminho há água, um córrego corta a trilha e oferece água fresca e sombra.
Depois deste trecho, o caminho é tranqüilo, sem subidas e de uma beleza íncrivel, revelando a cada momento uma nova e fascinante paisagem. Durante uma hora e meia a trilha margeia os costões, passando pela Ponta do Quebra-Remo, Ponta do Facão e Ponta da Lagoinha.
Na Ponta do Facão, um rochedo de mais de 15 metros guarda uma pequena caverna banhada pelas águas. Para chegar até lá é preciso um pouco de coragem, já que você terá que descer pela encosta até o mar. Ultrapassando a Ponta da Lagoinha, chega-se à praia, que tem 1200 metros de extensão.
Antes do retorno, uma subida obrigatória no Morro da Coroa, que tem este nome devido as rochas de origem vulcânica (riolitos com disjunções colunares) que afloram em forma de pontas no topo deste morro, apontando para o céu e assim, lembrando a forma de uma coroa real. É uma subida íngreme e difícil, tendo-se que contar sempre com o auxílio das mãos. Mas o sacrifício vale a pena, ja que na minha singela opinião, tem-se aí o visual mais bonito da ilha.
A volta se dá pelo costão direito, subindo a trilha que sai no Pântano do Sul. Ela é mais fácil e mais rápida que a do Matadeiro, porém não é tão atraente. São cerca de 50 minutos de caminhada para subir e descer o morro que separa a praia do Pântano do Sul. A subida é íngreme, mas a trilha é aberta e não oferece nenhum obstáculo. Na maior parte do tempo as árvores oferecem uma boa sombra. O momento mais bonito é quando se avista a praia do alto do morro.
Informações
Nível de dificuldade: difícil.
Atrativos: lagoa, vista panorâmica, praia, fonte d’água, Mata Atlântica.
Tempo: Aproximadamente 6 horas.
Início: Costão direito da Praia do Matadeiro.
Fim: Pântano do Sul, na rua Manoel Pedro de Oliveira.
Principal dificuldade: Extensa, subida íngreme.
Como chegar: Seguir em frente, a partir do costão direito da Praia do Matadeiro.
FOTOS: RICARDO BORGES
TEXTO: RICARDO BORGES E SITE GUIA FLORIPA ( www.guiafloripa.com.br )
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