Já no início do século XVI,
embarcações que demandavam a Bacia do Prata aportavam na Ilha de Santa Catarina para abastecer-se de água e víveres.
Entretanto, somente por volta de 1675 é que o bandeiranteFrancisco Dias Velho, junto com sua
família e agregados, deu início ao povoamento da ilha com a fundação de Nossa
Senhora do Desterro (atual Florianópolis) — segundo núcleo de povoamento mais
antigo do estado, ainda fazendo parte da vila de Laguna — desempenhando importante papel
político na colonização da região.
Nessa
época ocorreram naufrágios de embarcações que depois foram estudadas e deram
origem a dois projetos de arqueologia subaquática em Florianópolis, um no norte
e outro no sul da ilha. Diversos artefatos e partes das embarcações foram
recuperados pelos pesquisadores responsáveis por essas iniciativas, financiadas
principalmente pela iniciativa privada.
A partir da vinda de Dias Velho
intensificou-se o fluxo de paulistas e vicentistas, que ocuparam vários outros
pontos do litoral. Em 1726, Nossa Senhora do
Desterro foi elevada à categoria de vila, a partir de seu desmembramento de
Laguna.
A ilha
de Santa Catarina, por sua posição estratégica como vanguarda dos domínios
portugueses no Brasil meridional,
passou a ser ocupada militarmentea partir de 1737, quando começaram a
ser erigidas as fortalezas necessárias à defesa do seu território. Esse fato
resultou num importante passo na ocupação da ilha.
A
partir de meados do século XVIII,
a ilha de Santa Catarina passou a receber uma expressiva quantidade de
migrantes açorianos, que chegaram ao
Brasil incentivados pela Coroa portuguesa para aliviar o excedente populacional
e ocupar a parte meridional de sua colônia na América do Sul.
Com a
migração, prosperaram a agricultura e a indústria manufatureira de algodão e linho, permanecendo, ainda
hoje, resquícios desse passado, no que se refere à confecção artesanal da farinha de mandioca e das rendas de bilro.
Nessa época, em meados do
século XVIII, verificou-se a implantação das "armações"
para pesca da baleia, em
Armação da Piedade (Governador Celso Ramos) e
Armação do Pântano do Sul (Florianópolis), cujo óleo era comercializado pela Coroa fora de Santa Catarina, não trazendo
benefício econômico à região.
No século XIX,
Desterro foi elevada à categoria de cidade; tornou-se capital da Província de
Santa Catarina em 1823 e inaugurou um período de
prosperidade, com o investimento de recursos federais. Projetaram-se a melhoria
do porto e a construção de edifícios públicos,
entre outras obras urbanas. A modernização política e a organização de
atividades culturais também se destacaram, marcando inclusive os preparativos
para a recepção ao Imperador D. Pedro II (1845). Em outubro desse
mesmo ano, ancorada a embarcação imperial nos arredores da ilha, D. Pedro
permaneceu em solo catarinense por quase um mês. Nesse período, o Imperador
dirigiu-se várias vezes à Igreja (hoje Catedral Arquidiocesana), passeou pelas
ruas da Vila do Desterro e, na "Casa de Governo", concedeu
"beija-mão".
Em 1891, quando o marechal Deodoro da Fonseca, por influência da Revolta da
Armada, renunciou à presidência da recém-instituída república, o
vice-presidenteFloriano Peixoto assumiu o poder, mas não convocou
eleições após isso, contrariando o prescrito na Constituição promulgada neste
mesmo ano, fato que gerou duas revoltas: a 2ª Revolta da Armada (originária da
Marinha, no Rio) e a Revolução Federalista (patrocinada por fazendeiros gaúchos).
As duas insurreições chegaram ao Desterro com o apoio dos catarinenses, entre
os quais esteve Elesbão Pinto da Luz. Entretanto, Floriano Peixoto conteve-as ao aprisionar seus líderes
e, com isso, restaram no domínio da cidade tão-somente simpatizantes do
presidente, que, em sua homenagem, deram à capital a denominação de
Florianópolis, ou seja, "cidade de Floriano". Os revoltosos, por sua
vez, vieram a ser fuzilados na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim.
Também,
no final do século XIX, em 1898, foi fundado um
importante colégio pela Congregação das Irmãs da Divina Providência, o Colégio
Coração de Jesus.
A cidade, desde o entrar do século XX,
passou por profundas transformações. A construção civil fez-se um dos seus
principais suportes econômicos. A implantação das redes básicas de energia
elétrica, do sistema de fornecimento de água e da rede de esgotos somou-se à
construção da Ponte Hercílio
Luz, tudo a assinalar o processo de desenvolvimento urbano. Além
disso, em 1943 foi anexada ao município a parte
continental, antes pertencente à vizinha São José.
Ao
final do século XX — nas três últimas décadas, principalmente —, a ilha
experimentou singular afluência de novos moradores, iniciada com a
transferência da sede da Eletrosul do Rio de Janeiro para o centro da ilha, com sede fixada
no bairro Pantanal. Construíram-se duas novas pontes ligando a ilha ao
continente: a ponte Colombo Salles e a ponte Pedro Ivo Campos. Os bairros mais
afastados da ilha também foram objeto de intensa urbanização. Surgiram novos
bairros, tal como Jurerê Internacional, de alto nível
socioeconômico, enquanto em alguns pontos começou uma ocupação desordenada, sem
o devido zelo com respeito a obras de urbanização. No início do século XXI a
cidade passou a ter um dos piores trânsitos do Brasil, com um veículo para
menos de dois habitantes, número que no verão aumenta gradativamente com a
chegada dos turistas.
FONTE: WIKIPEDIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário